24.10.13

EN PORTO ALEGRE

Confira os nomes internacionais já confirmados na Feira do Livro de Porto Alegre

Alguns dos principais autores tentam casar qualidade literária e gêneros de massa

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Confira os nomes internacionais já confirmados na Feira do Livro de Porto Alegre Divulgação/
Da esquerda para a direita: Federico Andahazi, Robert Löhr, Gustavo Nielsen, Shani Boianjiu, Ingo Schulze, Jasmin RamadanFoto: Divulgação
Feira do Livro de Porto Alegre deve divulgar a programação completa no fim deste mês, mas os nomes internacionais já confirmados mostram uma guinada em direção ao pop. Alguns dos principais autores que devem visitar a Capital durante o evento, de 1º a 17 de novembro, tentam casar qualidade literária e gêneros de massa.
Uma das novidades deste ano, confirmando tal aproximação, é a parceria entre a Feira e os eventos Fantaspoa Odisseia de Literatura Fantástica. No evento Tu Frankenstein 2, marcado para dias 9 e 10 de novembro, alguns convidados vão dormir na Biblioteca Pública do Estado. No dia seguinte, devem ter pronta uma história – a ideia é reproduzir o sarau ao fim do qual Mary Shelley compôs o clássico Frankenstein. Veja alguns destaques.
FEDERICO ANDAHAZI
Psicanalista e escritor argentino que se tornou best-seller com a publicação de seu romance O Anatomista, sobre a vida do médico renascentista Mateo Realdo Colombo, tido como um dos primeiros cientistas a fazer uma descrição anatômica do clitóris. O livro foi tema de polêmica, ao ser escolhido por um júri de escritores, em 1996, vencedor do prêmio de uma fundação argentina. A presidente da mesma fundação, contudo, se recusou a entregar o prêmio, considerando o livro pornográfico. Andahazi também é autor de outros romances de sucesso e boa recepção crítica, como As Piedosas O Segredo dos Flamengos.

JASMIN RAMADAN
Autora alemã, de mãe germânica e pai egípcio, Jasmin Ramadan atraiu elogios em 2009 com sua estreia literária, o romance A Cozinha da Alma. A obra foi elaborada ao mesmo tempo em que o diretor de cinema Fatih Akin, amigo da escritora, produzia o longa-metragem Soul Kitchen. O romance e a película dialogam como obras complementares, ao enfocar a vizinhança boêmia de Ottensen, bairro de Hamburgo. O livro apresenta a juventude do personagem Zino, que será, mais tarde, dono de um restaurante no filme, e os personagens que gravitam em torno dele na região.

ROBERT LÖHR
Jornalista de Berlim, é autor de narrativas que combinam o folhetim histórico com gêneros contemporâneos de massa como o thriller. Estreou com o romance A Máquina de Xadrez, reconstituição de um episódio real do século 18, no qual um inventor húngaro enganou por muito tempo as cortes europeias com a fraude de um autômato mecânico que jogava xadrez tão bem quanto os maiores campeões. Em seu segundo romance, A Manobra do Rei dos Elfos, os protagonistas são três grandes intelectuais alemães, Goethe, Schiller e o naturalista Humboldt, em um pastiche de narrativa capa e espada.

INGO SCHULZE
Escritor nascido na Alemanha Oriental, Ingo Schulze fez dos traumas e arestas da reunificação das duas Alemanhas tema central de sua ficção. É esse o assunto de seu caudaloso romance Vidas Novas, que faz da trajetória do personagem Enrico Türmer uma releitura do mito faustiano: comunista até a reunificação, Türmer vai gradualmente se metamorfoseando em grande capitalista. Os efeitos do fim do comunismo também são o mote de seu lançamento mais recente no Brasil: Adam & Evelyn, em que a crise de um casal de amantes ecoa o colapso do socialismo real.

SHANI BOIANJIU
A escritora israelense estreou na literatura no ano passado, com o romance O Povo Eterno Não Tem Medo, baseado em suas próprias experiências durante o serviço militar obrigatório de Israel – as mulheres também passam pelo exército no país. Com uma prosa irônica, a autora narra a história de três jovens que crescem juntas em um vilarejo na fronteira com o Líbano e são convocadas para as forças de defesa. Um dos atrativos é justamente como Shani Boianjiu foca três mulheres em uma história já bastante contada, a do amadurecimento de jovens em contato com a rigidez do exército e o perigo do conflito armado.

GUSTAVO NIELSEN
Reconhecido arquiteto argentino, Nielsen desenvolveu carreira paralela como escritor. É colunista do jornal argentino Página 12. De sua produção, que inclui 10 livros desde os anos 1990, até o momento só foi editado no Brasil o romance A Outra Praia, lançado na Feira do Livro de Porto Alegre do ano passado. Na obra, Nielsen faz uma reflexão sobre a natureza do olhar usando a fotografia como metáfora em uma narrativa fantástica. A trama acompanha alternadamente um fotógrafo em crise, Antonio, e uma jovem por quem ele se torna obcecado, Lorena.

FRANCISCO JOSÉ VIEGAS
Poeta, jornalista, editor e um dos mais conhecidos cultores do romance policial em terras lusitanas. Viegas é autor de romances de crime que fogem muitas vezes da moldura tradicional do gênero, concentrando-se menos nos passos para a resolução do caso e mais nas vidas melancólicas de sua dupla de protagonistas recorrentes, os investigadores Jaime Ramos e Filipe Castanheira. Suas obras refletem também a expansão do crime e as transformações sociais vividas por Portugal depois de seu ingresso na União Europeia e no mercado globalizado. Já teve lançados no Brasil Um Céu Demasiado AzulAs Duas Águas do MarLonge de Manaus A Luz do Índico.

ALEXIS AUBENQUE
Escritor que atuou por muitos anos como livreiro, Aubenque é de uma geração de autores que representa uma vertente mais pop da prosa francesa. Ele, assim como Bernard Weber (de O Império das Formigas) ou Henri Loevenbruck (de Síndrome de Copérnico, que já esteve na Feira do Livro em 2011), leva para suas páginas os moldes de gêneros populares como o thriller, o policial, o fantástico e a narrativa histórica. Aubenque é autor de uma trilogia de romances policiais de sucesso, dos quais só o primeiro ganhou edição até agora no Brasil: Sete Dias em River Falls, uma trama de serial killer ambientada no estado norte-americano de Washington.

SEAN BRANNEY
Ator e diretor, é um dos grandes artífices contemporâneos da revalorização crítica de H.P. Lovecraft como um mestre do horror moderno. Branney é um dos fundadores da Sociedade História H.P. Lovecraft, dedicada à difusão da obra do autor e à produção de jogos e espetáculos baseados em suas histórias. Ao lado do amigo e colega de sociedade Andrew Leman, ele escreveu e produziu adaptações de Lovecraft para os cinemas: o média-metragem O Chamado de Cthulhu e o longa Um Sussurro nas Trevas – este último, dirigido por ele, foi exibido no Fantaspoa em 2011.

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